Os conflitos que envolveram de algum modo a praticagem brasileira nos últimos meses, por conta das tarifas e do processo seletivo, trouxeram à tona tanto mentiras quanto verdades sobre esta atividade milenar e pouco conhecida.
Um fato essencial que parece ser ignorado por boa parte do público é que a atividade de praticagem é, a um só tempo, global e local.
Com 95% do comércio exterior brasileiro transportado por via marítima, os práticos são peças essenciais na interação entre o Brasil e o mundo, ao assegurar, na esmagadora maioria dos casos, que navios feitos para o alto-mar consigam transitar com segurança e eficiência em águas restritas, conhecidas de poucos.
Estes sucessos são obtidos todos os dias, a despeito dos problemas estruturais vividos por quase todos os portos brasileiros no que tange a seus acessos aquaviários, inadequados para o trânsito de navios de maior porte.
Se o Brasil cresceu como exportador, um dos fatores para isto foi a capacidade técnica da praticagem brasileira, que também avançou nos últimos cinco anos para acompanhar as transformações do transporte marítimo ocorridas em todo o mundo e servir melhor a seu patrão -- a segurança da navegação.
E isto sem um centavo de incentivo público.
4 comentários:
Por favor, me digam: Porque alguém seria contra os práticos ou a praticagem? A não ser que você não seja um armador, não há motivo nenhum. Acordem, os práticos são empresários!!! Eles adiquirem o direito de explorar uma atividade pública sem ser funcionário público, assim como uma tabelião por exemplo, ou um dono de jornal (globo). Agora,se me disserem que são contra pelo fato de que o rendimento da praticagem é alto, por favor, pensem melhor nisso. Não deixem que sentimentos de inveja tomem contam dos seus juízos.
Uma das finalidades deste blog é precisamente colaborar no esclarecimento de certas posições sobre a praticagem.
Atribui-se ao ministro da Propaganda da Alemanha de Hitler, Joseph Goebbels: "uma mentira repetida muitas vezes se torna uma verdade".
É claro que, tomada pelo valor de face, a frase é uma mentira... Mas, em muitos casos, o que importa é a percepção da verdade. E esta pode ser alterada pela repetição incessante de uma falácia.
É o que se tenta fazer com a praticagem: primeiro se danifica sua imagem, depois a sua estrutura, e por fim a independência.
O Servico de Praticagem Pode ser Estatizado?
Em alguns paises os praticos sao funcionarios do governo (e possuem todos os beneficios de um funcionario publico federal), mas nao acredito que se caso o setor fosse estatizado o custo para o armador reduziria, acho inclusive, que em muitos portos o custo seria mais alto para o armador.
Sabemos que um Pratico e um profissional de mais alto grau de qualificacao, pois possui nivel superior, ingles fluente e outras qualificacoes muito singulares, que certamente fojem ao escopo desse blog, com isso, ciente da dificuldade de ser aprovado em concurso para qual esse profissional se submeteu, arriscaria dizer que um pratico, por ingenua comparacao, respeitando as diferencas entre as profissoes, seria equivalente a um "Procurador da Republica" ou ate, um "Juiz Federal", e se o setor fosse estatal, tal Pratico, deveria ser remunerado de maneira muito semelhante a um "Juiz Federal" mas com adicionais de periculosidade inerentes a profissao.
Se o setor fosse estatal, o Pratico deveria gozar de todas os direitos e deveres de um funcionario publico federal, como por exemplo, aposentadoria integral e um plano de carreira que previsse aumento salarial proporcional ao tempo de servico.
Sabendo do custo de um "Juiz Federal" (que custa o dobro do rendimento bruto desse profissional) somando-se pelo menos 30% de adicional de periculosidade, mais os custos estimados para manter as estacoes de praticagem, lanchas de pratico, manutencao, custos com funcionarios, certamente o custo total, para o armador, em muitos portos, seria MAIOR que o oferecido pelas praticagens. Ainda mais se o pratico, como funcionario federal recebesse seus proventos, trabalhando ou sob dispensa medica, com movimento no porto ou com o porto fechado para reparo, o prejuizo da atividade, nao seria dos Praticos, mas sim do Governo Federal.
Com isso, concluo que embora possivel a atividade se tornar estatal, como em alguns paises, acredito que isso nao reduziria o preco do servico.
Seu raciocínio é muito bom, e expõe um fato para o qual não havia atentado, e seria realmente isso que aconteceria caso o serviço fosse estatizado. Porém as autoridades brasileiras se interessam apenas no fato de um prático ganhar muitas vezes um salário maior que R$ 50.000, nada além disso, dizer que há preocupação em reduzir riscos, custos, etc, isso é tudo babozeira. Um pequeno exemplo disso é uma nota que li em um site oficial há cerca de 1 ano atrás, só não me recordo se era do senado ou da presidência, enfim, dizia que queriam passar o controle para as Cia Docas, e ao explicar do que se tratava o serviço, dizia que os práticos eram profissionais que se organizavam em cooperativas de estivadores.
Como podem querer acabar com o atual sistema, se o conhecem tão mal ao ponto de escrever uma besteira dessas em um site oficial?
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